“A melhor vizinhança é formada por obras singulares. A sistematicidade, certa homogeneidade e modéstia expressiva são atributos que consideramos necessários para a maioria dos edifícios de habitação”. Por isso, as fachadas exteriores repetitivas, de janelas iguais, que não permitem ao observador distraído descobrir qual habitação que iluminam, contribui, sem renunciar a certa vibração, a formar um conjunto urbano sossegado, contribuindo com uma identidade do conjunto.
A quadra completamente fechada pode ser restritiva. Sua morfologia foi mantida, conservando os alinhamentos com as quadras vizinhas, mas seu jardim interior relaciona-se com a rua, ao exterior, abrindo-se ao sul.
A forma sensivelmente helicoidal do conjunto habitacional permite manter a escala urbana ao exterior, acrescentando ao bairro de Sanchinarro uma referência visual ordenada. O interior, onde está o acesso a todas as habitações, possui uma escala mais doméstica e se enriquece visualmente com as dissonâncias geométricas da forma helicoidal.
O jardim é contínuo, tem superfícies inclinadas, ligeiramente quebradas e suaves montes ajardinados que constroem uma topografia divertida para as crianças.
A norma de habitação social determinou a solução das plantas e o número de dormitórios. A estrutura geométrica, estritamente modulada sobre uma malha de 2,70m permite uma dupla orientação dos espaços de dia, em uma fachada ou outra, variando assim a orientação da habitação e uma grande diversidade tipológica.
Ventilação cruzada, dupla circulação, dupla orientação e variedades de tipos foram anseios inescapáveis. Vinte e um tipos de habitação, em uma só planta, em duplex, com jardim, de 2, 3 ou 4 dormitórios exploram ao máximo as possibilidades tipológicas.
Informação Complementar:
- Estruturas: Juan Carlos Salvá
- Instalações: Montse Vall-llossera
- Arquiteto Técnico: José Santiago, David Marcos
- Fotógrafo: Roland Halbe, Ángel Baltanás, Elena Almagro
- Orçamento: 11.030.459,56 €